Mineração selvagemㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ

(Foto/IBAMA)

Os maiores danos que as mineradoras podem fazer ao país são os desastres ambientais (em uma das pontas) e o desvio financeiro da produção (pela outra ponta). Recentes decretos governamentais praticamente inauguram o momento “Faroeste” da mineração brasileira, como nos melhores filmes de bangue-bangue. Milhares de “Indiana Jones” poderão entrar pela selva brasileira abrindo cavas, moendo pedra, assoreando rios, despejando mercúrio ou cianeto e, ainda, sonegando o metal através de empresas de fachada em São Paulo e Brasília (grande parte da produção brasileira de ouro escoa hoje por saídas clandestinas). Os benefícios esperados não parecem tão bons assim.

É a “minha liberdade!”, provavelmente vão esbravejar os novos aventureiros, enquanto se preparam para destruir de vez o meio ambiente, com a falsa expectativa de gerar desenvolvimento de forma efêmera e destrutiva. Seria o mesmo que querer, por exemplo, acabar com a fome no Brasil assaltando supermercados. Qual a visão de futuro em tudo isso?

Algumas matérias sobre o assunto:

Brasil exporta ouro ilegal – (Instituto Escolhas)
Ouro ilegal da Terra Indígena Kayapó termina em gigante italiana que fatura R$ 18 bi – (Brasil de Fato)
Grupos de defesa ambiental alertam para decretos que estimulam mineração – (G1)
Operação da PF contra o garimpo ilegal expulsa invasores de terras indígenas e tenta proteger Alter do Chão (PA) – (G1)

Existe Alternativa

O Estado (Federal ou Estadual) deve abrir poder de compra para o pré-concentrado produzido pelos garimpeiros, em diversas regiões específicas, fornecendo beneficiamento e regulação de normas de mineração a todos os garimpeiros que forneçam estes pré-concentrados (Ouro, Cobre, Cassiterita, etc.).

O garimpeiro estaria impedido de utilizar qualquer tipo de reagentes e somente seriam aceitas operações de fragmentação (britagem e eventualmente moagem) seguida de pré-concentração mediante operações que não utilizem reagentes (sorting, peneiramento, gravimetria). A ganga ficaria depositada ordeiramente no garimpo (com fiscalização).

O pré-concentrado gerado pelos garimpos será comercializado por tabela nas plantas regionais, de acordo a regras preestabelecidas. Os locais de extração deverão ser recompostos e os trabalhos serão fiscalizadas a partir de cada unidade regional avançada de compra e beneficiamento de pré-concentrados.

O Chile resolveu assim os problemas com o seu garimpo, com a empresa estatal ENAMI (Empresa Nacional de Minería) há 62 anos atendendo a centenas de pequenos produtores ao longo do território nacional, impedindo um faroeste chileno.

Alexis Yovanovic

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