Mineração 4.0: O “zero” é da Concentradora

Nas mineradoras, sabe-se que o maior custo operacional e de investimento está nas concentradoras, particularmente nas operações de moagem. Soluções analíticas avançadas não conseguem domesticar as operações mais caras e relevantes do beneficiamento mineral e, do lado fenomenológico, as Universidades e Centros de Pesquisa criam teorias diferentes a partir de cada nova tese de mestrado ou doutorado.

Os grandes centros integrados de operações minerais, a quilômetros de distância, conseguem fazer um robô levantar uma pedra dentro da mina; movimentar sem motorista um grande caminhão; e encher de milhares de números piscando as grandes telas de acompanhamento digital que trazem “informação”. Entretanto, nenhum desses grandes centros conseguem entender, simular e otimizar as operações mais importantes da concentradora, ficando estas tal qual no início do século XX, como uma Arte “na mão” de operadores que utilizam “macetes” pessoais.

Imagem: Internet

A nuvem digital não consegue penetrar nessa densa névoa que envolve as operações mais importantes e caras da mineração. Goethe dizia que “se você não tem razão, encobre-a com palavras”. O operador que não conhece a operação, encobre-a com cargas circulantes; o projetista pouco experiente copia outros projetos; o profissional que não conhece o processo oculta-o com teorias e matemáticas avançadas. Assim, não é estranho que a chamada Mineração 4.0, desconhecedora do mundo técnico real que rodeia as operações principais de uma concentradora, tenha sido tão mal sucedida na sua tentativa de engarrafar a complexa caixa preta do beneficiamento mineral mediante técnicas de identificação de sistemas, extraindo respostas geralmente enviesadas, na forma de output digital.

Apresentamos aqui a nossa estratégia:

  • Caracterizar o minério mediante fragmentação seletiva, procurando conhecer deste as suas potencialidades de preconcentração (Concentração Seletiva);
  • A MOPE editou dois livros de engenharia no Brasil dando resposta fenomenológica para as operações de moagem e de concentração;
  • Contamos com modelos e simuladores próprios para estas operações;
  • Com base na nossa experiência e ferramentas, podemos, em poucos dias, otimizar manualmente as operações de moagem e de concentração de uma planta de beneficiamento (particularmente flotação);
  • Sem que seja estritamente necessário, poderemos utilizar a instrumentação e automação existente na sua usina em favor da otimização online dos seus processos, implementando sistemas avançados de otimização e controle com base nos nossos modelos.

O discurso do 4.0 pode ser interessante para quem não é do ramo; para colocar milhares de números piscando numa tela; para algumas operações robotizadas ou para operações unitárias químicas com ocorrência natural, cujo comportamento fenomenológico possa ser simulado e otimizado. Mas, para as operações com transferência de partículas minerais, a nuvem digital se confronta com outra gigantesca nuvem, a do desconhecimento fenomenológico das operações mais importantes de beneficiamento mineral. As tecnologias modernas que pairam sobre as plantas Concentradoras são geralmente de alto custo e, pese a sua bonita “apresentação”, não tem obtido soluções de fato, pois desconhecem o fundamento das operações que pretendem digitalizar.

Alexis Yovanovic

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