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Em um movimento que parece fazer parte da sua estratégia reputacional, a Vale anunciou em seu portal ESG, a desistência de todos os seus processos minerários em Terras Indígenas no país. O movimento não representa nenhum favor às comunidades, já que até então não existe regulamentação para a atividade em Terras Indígenas no Brasil.

O PL 191/2020 é uma tentativa de regulamentar a atividade em Terras Indígenas, porém o Ministério Público Federal já afirmou em nota pública que o referido projeto de lei possui vício insanável, uma vez que pretende regulamentar a atividade sem o debate prévio no Congresso Nacional, além de não consultar as comunidades afetadas, entre outros, o que é inconstitucional.

Na outra margem, a agenda do mundo financeiro (ESG) segue firme propagando os seus ideais corporativos de sustentabilidade, que visam garantir reputação e lucratividade no médio e longo prazo. O principal desafio dessa agenda, que está cheia de promessas, é a tarefa hercúlea de transformação do discurso em prática, o que tem esbarrado na tendência de querer “esverdear” tudo o que dá trabalho para resolver.

Enquanto a publicidade for mais relevante que o resultado que busca demonstrar, o caminho para o Pacto Global da ONU permanecerá distante no horizonte. Mesmo assim, seguimos confiantes de que a boa-fé permanece firme como princípio indispensável para que transformações importantes sejam concretizadas no mundo real.

MOPENEWS

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