Chile, pouco a comemorarㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ

Infelizmente nestas festas há muito pouco a comemorar no setor mineral chileno, devido à crise sanitária e uma gestão equivocada (na minha opinião) que CODELCO vem apresentando nos últimos anos.

Assim como já destacado para o Cobre, a mineração de Ouro no Chile vem há anos apresentando uma queda radical nos teores das minas mais importantes, sem que houvesse alguma mudança nas suas rotas de processo, acomodando-se na esperança do surgimento de mais reservas com teores elevados. Em contrapartida, a mineração de ferro já discute novos critérios para a concentração de minerais de baixo teor, começando pela renovação dos quadros na sua organização e promovendo uma motivadora mudança de mentalidade.

É compreensível o esforço diferenciado que CODELCO deve fazer em relação a outras grandes mineradoras privadas, por meio de projetos estruturantes que permitam manter a durabilidade de jazidas antigas, mas, como se não bastasse os números deprimentes que CODELCO tem apresentado em relação aos seus lucros e contribuição efetiva ao tesouro chileno, o novo projeto da Divisão Radomiro Tomic (RT Sulfuros), que poderia começar a mudar o jogo, infelizmente só traz mais do mesmo.

Mais antecedentes:

Proyecto “Radomiro Tomic Sulfuros” 
Proyecto RT Sulfuros – Innovación y sustentabilidad para Chile

Apresentando-se como “novidade”, este projeto segue os caminhos que outras mineradoras já seguiram, como o aproveitamento da água do mar e a melhor destinação de seus rejeitos, mas CODELCO “muda pouco para não mudar nada” e insiste nos mesmos erros cometidos por mais de 40 anos, como a moagem SAG. A rigor, o erro de fundo é mais primário e consiste em imaginar que uma rocha com mais de 100 mm é composta por infinitas partículas de mesmo teor (no caso, 0,5% Cu) e, portanto, todo e qualquer fragmento que vem da mina deve ser moído e flotado. Uma vitória do marketing dos grandes fabricantes de equipamentos de moagem e uma nota “zero” para os professores que ainda parecem ensinar isso nas universidades.

Com apenas 0,5% Cu, o projeto RT Sulfuros está se preparando para alimentar 99,5% de ganga para os moinhos SAG. A explicação é baseada no fato de que ao lidar com um grande fluxo de minério (t / h), a moagem convencional exigiria muitos equipamentos, mas isso só aconteceria se cometêssemos o mesmo erro que eles cometem, ao alimentarem os moinhos com todo o ROM. Para uma empresa que é de propriedade de todos os chilenos, esperava-se um estudo mais completo e público de trade off com outras opções de beneficiamento.

Se pegarmos alguns quilos de mineral e fragmentarmos por impacto em um moinho de martelo, por exemplo (fragmentação seletiva), poderíamos notar que o Cobre e a ganga se concentram de forma diferente nas várias faixas de tamanho, permitindo avaliar antecipadamente possibilidades de descarte de grande parte da ganga e poeira. Gastaria menos energia investindo mais recursos na fragmentação seletiva e haveria enorme espaço para redução de CAPEX e OPEX, ao avançar com menos fluxo e mais rico em cobre para as operações úmidas da concentradora, incluindo moagem.

Algumas informações sobre a concentração seletiva seguem abaixo, resumindo a experiência e o conhecimento do MOPE para vários minerais:

Cobre
Ouro
Ferro

Qualquer pessoa pode executar o que está indicado nas apresentações acima. Não existem segredos. De qualquer modo, estou disposto a colaborar com quem me escreva consultando sobre este tema.

Alexis Yovanovic

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