Samarco: seis anos depoisㅤㅤㅤ

Ao longo de muitos anos e em nome da população, o poder público recebeu e tramitou pedidos de licença da Samarco e foi autorizando, dentro de determinadas restrições ambientais e sociais, a operação das minas, usinas de beneficiamento (três), das barragens, fabricação de pellets, etc. Dentro de todo esse período, o poder público tem recebido impostos e royalties, levando esse dinheiro para o Governo Federal, Estados (MG, ES) e Municípios (numerosos).

Em nome da população, campanhas políticas e discursos foram aparecendo ao longo do tempo e do crescimento da Samarco e da mineração em geral, inclusive com bancadas específicas de políticos que se manifestavam em favor da mineração, ilustrando desse modo a titularidade política da representação popular perante os investimentos realizados, em geral, não poucas vezes cedendo ou abrindo mão de tributos e de direitos da população, inclusive da fiscalização, em nome do prestigio político do investimento.

Depois do acidente, a classe política lavou as mãos e não apareceu para responder em nome da população. O poder público pretende agir como juiz “imparcial”, deixando a população dispersa e sem amparo para levantar e discutir diretamente seus danos e as eventuais indenizações, que ficaram agora em mãos de advogados que ganham significativas comissões.

Se não forem recolocadas as coisas na sua correta perspectiva, estaremos assistindo a mais um capítulo de esquecimento, embora o acidente de Brumadinho veio para refrescar a memória.

UMA NOVA PERSPECTIVA

É o poder público quem deve levantar os danos, quantificar, assumir responsabilidade e discutir com a Samarco e suas controladoras (VALE e BHP) as reparações pertinentes, em nome do mesmo povo que representou anos atrás no momento de aprovar projetos, sair nas fotografias e receber votos, aplausos e tributos.

população deve cobrar da classe política e do poder público a reparação dos danos causados. Os políticos receberão o apoio ou rejeição da população nas urnas de votação. O poder público é quem deve ser acionado na justiça, por parte da população, por não ter cumprido com o seu papel fiscalizador e de reparação perante o acidente.

Samarco é hoje uma aliada da população, nunca a sua inimiga. Esta empresa tem pouca responsabilidade pela Renova e, consequentemente, pela forma como as negociações “não avançam”. A Samarco parece ser a única que se apresenta com responsabilidade, dá a cara a tapas e se oferece para ajudar, mantendo empregos e trazendo recursos para enfrentar os custos do acidente.

MOPENEWS

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